Warning: Use of undefined constant UNIQUE - assumed 'UNIQUE' (this will throw an Error in a future version of PHP) in /home/u534769647/domains/natureambiental.com.br/public_html/wp-content/plugins/simple-admin-menu-editor/simple-admin-menu-editor.php on line 12
Primeiros ensaios | Nature Engenharia e Meio Ambiente

Primeiros ensaios

Nota explicativa – Apesar um tanto quanto longo e talvez chato gostaríamos que dessem uma olhada nesse novo texto que estamos postando no Blog. A idéia que vai delineá-lo é a de buscarmos fundamentar o início de um conjunto de discussões que ocorrerão em nosso blog que terão como objetivo uma leitura aguçada e crítica dos eventos que ocorrerão em Junho de 2012 no Rio de Janeiro (Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável: Rio + 20). E se possível, ao fim, produzirmos um balanço das discussões sucedidas.

“Meio Ambiente?”

O efeito estufa é um fenômeno natural da dinâmica da terra, no fundo, se o nosso planeta não estivesse sob ordem desse efeito a vida não existiria na terra tal qual como conhecemos. No entanto, recorrentemente, nos é feito ouvir e refletir sobre o processo de aquecimento global, mas, o que precisamente isso significa se o efeito estufa é um fenômeno natural e necessário para vida em nosso planeta?

A estabilidade da temperatura do planeta depende de um sensível equilíbrio de gases que se detêm na atmosfera, porém, esse equilíbrio esta sendo rompido pela ação do homem. Notadamente, nos últimos 250 anos, desde a Revolução Industrial em função das matrizes energéticas utilizadas (carvão e petróleo) vêm ocorrendo desde então a liberação de uma grande quantidade de dióxido de carbono provenientes da queima dessas matérias. O que consequentemente influência no equilíbrio dos gases do planeta concentrando mais calor que o necessário.

Entretanto, a partir do século XVIII estaríamos diante de implicações planetárias e não mais locais e regionais e, assim, é o destino da própria espécie e não mais o destino de uma ou outra civilização, o que já seria motivo para preocupação. Assim, o modelo de desenvolvimento desencadeado por alguns, no caso pelos europeus e norte ocidentais, modelo esse que tem os E.U.A seu maior êxito, que vem se impondo ao mundo sobre tudo. Assim, mais que um problema ecológico específico de um lugar ou de um povo determinado, estamos diante de toda a geopolítica mundial e suas assimétricas relações de poder. (PORTO-GONÇALVES, 2006, p. 328)

Evidentemente, que o autor atribui grande influência sobre a questão ambiental o papel exercido pelo desenvolvimento industrial e a emergência do capitalismo bem como a o conjunto de relação políticas que orientam o trato da questão. No entanto, gostaria de explorar outra dimensão da questão ambiental que em seu texto o autor busca enunciar. Explico. A “Globalização da Natureza e a natureza da globalização” deve também ser abordada como reflexo do processo de Globalização do projeto da Modernidade Ocidental.

Dentre todas as especificidades da modernidade ocidental, gostaria explorar apenas uma, que penso ser fundamental para o entendimento da questão ambiental hoje. A emergência do capitalismo representou também a emergência da razão como ferramenta que principal para conhecer o mundo. A razão esclarece, ilumina e desencanta o mundo. E, é neste momento que ocorre a separação definitiva no ocidente entre homem e natureza e a criação do seu mais tradicional binarismo. A natureza se torna desde então um recurso, mais precisamente, um recuso natural, uma ferramenta que deve ser manipulada em função das necessidades dos homens transformada em “meio ambiente”.

É justamente essa separação que possibilitou o desenvolvimento de uma técnica primorosa, mas, que contraditoriamente, degenerou a razão. O foto é que, assim como a técnica é utilizada para o capital e razão também o é. Portanto, a “lógica” não é tão lógica assim, não confundamos a lógica das coisas com as coisas da lógica. É sob este aspecto paradoxal que a questão ambiental atualmente é discutida. As políticas ambientais que se pautam na noção de “reservas de carbono” estão inscritas sob essa perspectiva.

Hoje, com a globalização, pode-se dizer que a totalidade da superfície da Terra esta compartimentada, não apenas pela ação direta do homem, mas também pela a sua presença política. (…). Com a globalização, todo e qualquer pedaço da superfície da Terra se torna funcional às necessidades, aos usos e apetites de Estados e empresas nesta fase histórica (Milton Santos, 2008:81).

Ao que “parece”, as políticas ambientais denominadas reservas de carbono são organizadas a partir das premissas enunciadas por Milton Santos. A totalidade da complexidade da questão ambiental, que como salienta Porto-Gonçalves hoje coloca sobre risco toda vida no planeta, primeiro, é tratada a partir da lógica das coisas, é tratada a partir do neoliberalismo que compartimenta o “meio ambiente”, segundo, globalizando os riscos que são produzidos são produzidos por Estados e grandes empresas.

Nesse sentido, a lógica das coisas outorga a “lógica” aos seus ditames, assim, indago a categoria analítica utilizada para conhecer e organizar a questão ambiental. Existe, de fato, “meio ambiente?”. Creio que não. A noção de “meio ambiente” (algo externo, algo que é em si) contribui para o trato da questão seja fragmentada, sujeita as relações de poder assimétricas entre Estados e empresas. Paralelamente, o binarismo homem/natureza coloca a questão, também, como algo exterior aos indivíduos e que será a sua ação sobre o “meio ambiente” a forma pela qual se dará a resolução do problema. Contudo, como já diz Milton Santos: todo espaço é relativo. Todo espaço é geográfico, reflexo das relações dos homens que estão inscritas nele, com efeito, penso que não existe “meio ambiente”.

Primeiro, “meio ambiente”, não é algo fragmentado, pois enquanto espaço-geográfico é reflexo das relações humanas inscritas e pala conexão de vida existente nele, que extrapola a existência humana. Segundo, não existe “meio ambiente”, pois, os seres humanos também são natureza, a questão é que o binarismo homem/natureza separa a nossa humanidade de nossa “natureza”. Por isso, acredito que aconteça um equivoco sobre a questão ambiental, estou cada vez mais convencido que a questão ambiental é uma questão humana e que só poderá ser resolvida quando repensarmos as relações humanas.

Referência Bibliográfica

PORTO-GONÇALVES, C, W. O meio ambiente como mercadoria I: o mercado de carbono e suas contradições. IN: A globalização da Natureza e a natureza da globalização

SANTOS, M. Por uma outra Globalização: do pensamento único a consciência ambiental

Ass: Cauê Gomes Flor



1 comentário para esta notícias
  • Lucas Batista
    23 de maio de 2012 at 12:58

    Muito interessante esse raciocínio para iniciar discussões acerca de meio e sociedade, principalmente em um momento como esse, com o Brasil masi uma vez sediando um debate mundial com a Rio + 20.



Deixe um Comentário




Contato

Nature Engenharia e Meio Ambiente
Rua Clemente Garla, 315 - Sala 04
Jd. Portal do Sol | CEP 17.519-400 |
Marília/SP
Fone: (14) 3417-3884
Cel: (14) 99702-5071

contato@natureambiental.com.br

Escritório de Apoio
Avenida Rio Branco, 1300
Centro | CEP 17.800-000 |
Adamantina/SP
Fone: (18) 3522-1782
Cel: (18) 99678-9852


Newsletter


Erro! Por favor, corrija os campos Cadastrado com sucesso! Enviando

Siga-nos

   


Copyright © 2018 Nature Engenharia e Meio Ambiente - Todos os direitos reservados   |   Webmail